terça-feira, 29 de junho de 2010

Dipirona


Por Abmael Vitor
Todos os dias passo por dentro de um Hipermercado, pelo lado de fora, no estacionamento. Hoje incrivelmente as oito da manhã, vejo um mendigo, de pernas cruzadas, sentado em um banco na frente das lojinhas que margeiam o hipermercado.

Tem em suas mãos um jogo da mega sena, com olhar absorto, cabelo despenteado, barba suja, roupas absurdamente impregnada de lixo com borra de sei lá o que, espera a lotérica abrir.

Fiquei imaginando o que ele poderia estar pensando com aquele jogo nas mãos. Só poderia ser um sonho ou pegara aquele papel no lixo e imaginava-se portador de um prêmio milionário, e em sua ilusão, na loucura de sua mente, projetava a consumação de seus desejos quando a lotérica abrisse.

Fui para o trabalho contaminado com a loucura daquele vivente que nascera talvez, de uma mãe carinhosa, de um pai cuidadoso, de uma família com irmãos alegres. Talvez tivesse tido uma família, uma esposa, filhos, não sei. Só sei que hoje seu mundo estava naquele bilhete, como que a imaginar que sua saída fosse o prêmio.

Imaginei também. Vi-me “viajando na maionese”, e como que em um filme, olhei o mendigo milionário, pude ver sua vida transformada, limpo, barbeado, cabelos tratados e tez limpa como pêssego. Por alguns instantes, percebi que na dor da pobreza, a ilusão é a dipirona mais eficaz.

Percebi, que em alguns instantes da vida, sair fora do contexto e sonhar, pode ser a saída da melancolia escondida. Percebi que mesmo fora da realidade a mente agradece por um pouco de ilusão, mesmo que se acorde e veja que a realidade é aquela dor que insiste em doer a cada volta. É causa e não efeito.

Percebi que a realidade humana passa pela esperança antes de se degenerar. Observei que apesar de insistirmos que tudo vai dar certo, às vezes não acontece. Vi no rosto daquele mendigo a esperança do faz de conta e, que se tal não ocorrer, o sono de logo mais fará com que ele esqueça e recomece com outras alucinações. É assim, dia a dia, até o final, onde não mais existirão sonhos.

Para os sóbrios como nós, a angústia é maior do que a do mendigo. Sabemos que a dipirona da vida ameniza os sintomas, mas que nenhum remédio pode curar efetivamente o sentimento de impotência em certas situações sejam elas financeiras ou não. Percebemos que nossa mente é o ser mais cruel que existe, ela nos transforma em pedintes e pobres sempre que pensamos que pode melhorar. Qual a melhor mente? A nossa que sabe um pouco mais da realidade ou a do mendigo que sofre sem saber que sofre e recomeça com a esperança da ilusão?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Olhos Azuis


Por Abmael Vitor


Aqueles olhos azuis, alegres mesmo sem o acompanhamento facial, traduzia uma leveza de tom suave e claro. Mesmo com o “bip” da máquina refletindo os números dos ritmos vitais, pairava uma tranqüilidade no leito.

O olhar absorto de vez em quando dizia no silêncio sem voz: - Gostaria que.......... – interpretávamos como um olhar “pidão”, solícito, exigente, e ao mesmo tempo desprendido de vontades. Como se naquele exato momento, apenas o ar era importante, um sussurro de aspiração e expiração se ouvia se prestássemos muita, muita atenção, a convalescença era educada e limpa.

Impressionava o azul dos olhos, meigo e introspectivo, era como se quisesse algo mais importante do que a “passagem”, estava longe, fora daquela atmosfera, a única certeza que ainda estava ali era pelo tique do bip que demonstrava uma cadência absurdamente igual.

Ao entardecer, chegou talvez aquele que olhos azuis aguardava. Caminhando de forma dificultosa e com ajuda de um andador, impunha um buquê de rosas. Ao chegar á porta de entrada, o vento trouxe um perfume indescritível de rosas e amor. Olhos azuis, sem mexer a cabeça, trouxe o olhar à frente e sem esboçar nenhum sorriso, sorriu.

Fitaram-se por alguns instantes, o silêncio do quarto foi interrompido por um sinal contínuo do bip, indicando que olhos azuis, embora abertos, não estava mais ali. Lágrimas molharam as rosas, que foram colocadas ao lado daquela que tudo levava crer, fosse o aroma do amor da vida daquele homem.

Beijou sua testa em sinal de despedida, pegou suas mãos e num gesto contínuo e espiritual, levou junto ao peito e sugou para dentro de si, o último perfume de sua amada, guardou o amor e disse adeus.

No final da caminhada de cada um de nós, a única palavra que surge é aquela que demonstra todo o sentimento d’alma: SILÊNCIO!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

E agora José ?



Por Abmael Vitor

Ouvi notícias do Zé, exatamente um ano atrás. O sorriso da esperança e da alegria circundava a atmosfera da expectativa de sua vinda. Como uma estrela em noite escura, dava para notar ainda no infinito um ponto luminoso surgindo, era o Zé.

A cada semana, a evolução de sua formação trazia novidades dos sintomas ainda imperceptíveis do ventre. Mas era possível sentir a fragrância do perfume invisível, alfazema, por conseguinte? Não sei, era um cheiro bom de novidade, era o Zé.

O tempo foi passando, chegou o grande dia. O coração acelerado, a ansiedade trazia um suor sobre a pele, molhando as mãos na expectativa de tocar e sentir aquele cheiro que durante nove meses inebriava os sentidos. Como passou rápido, mas chegou a hora. Assim, apareceu o Zé.

Hoje após um ano, é como se ao abrir a porta encontrasse um raio belo e doce, abrindo os braços e sorrindo, quase dizendo "-papai", correndo trôpego e abraçasse minhas pernas, dizendo sem palavras “eu te amo”. Assim está o Zé.

Em meio a vida dura do dia a dia, dá tempo de pensar na coisa linda que surgiu, um presente incomparável cujo manual estou começando a descobrir e, o bom de tudo isso, é que não tem botões de regulagem, nem amperagem, nem devolução, pelo contrário, estou adorando não saber entender e aprendendo o melhor da vida. O culpado? Advinha! É o Zé .


(Este texto foi escrito em homenagem ao filho de meu grande amigo Marcelo Sciba)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Presença Absoluta !









Por Abmael Vitor


Existem dias em que o céu parece mais pesado do que é, nossa mente em meio a dificuldades da vida e do cotidiano nos leva a quase desanimar. Acho que todos nós passamos por isso, embora lá no fundo, buscamos a esperança de que dias melhores virão. Por vezes buscamos a saída de forma solitária, resignados conosco mesmo, as escondidas para que outras não saibam de nossa angustia, envergonhados por não poder ser aquilo que projetamos, como se chorássemos como criança quando perde o carinho do pai ou da mãe e tem saudades dos mesmos, as vezes Deus parece longe e afastado do nosso dia a dia. Comparamos sua ausência como se estivéssemos refugiados no Amapá e Ele em Singapura.

Nestes dias tentamos ler sua palavra e enxergar alguma coisa palpável de sua existência e presença e não encontramos nada. Nosso coração está sofrendo de “ausência de paternidade” não apenas pela sua falta, mas é que não estamos dando certo, nossas necessidades são maiores do que simplesmente contemplar o Divino, falta-nos pão.

O mesmo pão do céu que sentimos falta, de forma absolutamente inesperada surge em nosso dia e quebra toda a resistência de nossa introspecção e amargura. Em uma tradução tão simples, mas rebuscada de uma história de vida de dois homens que tiveram experiências absurdas e, após ter um encontro com esse pão do céu, conseguiram formar uma poesia maravilhosa e com uma melodia inspiradíssima, tocaram em corações e transformaram uma sociedade.

John Newton em Londres se tornou amigo do poeta William Cowper e juntos eles trabalharam nos cultos semanais e nas reuniões de oração. Também compuseram hinos, entre eles “Amazing Grace”, que Newton dedica ao dia da sua salvação na tempestade, dentro de um navio negreiro:

“Maravilhosa graça! Como é doce o som que salvou um pecador como eu!

Estava perdido uma vez, mas agora fui encontrado;

era cego, mas agora posso ver.

Essa graça ensinou meu coração a temer, é a graça que alivia meus medos;

como é preciosa a graça que apareceu no momento em que eu acreditei nela.

Terminados muitos perigos, labutas, e armadilhas, eu estou voltando;

essa graça trouxe-me seguro até aqui, e a graça conduzir-me-á para casa.

O senhor prometeu-me bondade, sua palavra me dá esperança;

meu escudo e porção será, enquanto minha vida existir.

Sim, quando esta carne e coração falharem, e a vida mortal cessar, eu possuirei, atravessando o véu, uma vida da alegria e da paz.

Quando nós estivermos lá por dez mil anos, brilhando como o sol, não teremos menos dias para louvar a Deus do que quando nós começamos.”


Quando leio esta poesia e me lembro da música, é impossível deixar de sentir a presença do pão do céu, embora sem explicação a vida continua com seus desafios, a esperança é sentida de forma tão absoluta que só posso exclamar, “ Que Maravilhosa Graça” !!! - Só ela nos motiva a ir em frente nessa vida por vezes madrasta. Porém Ele, o pão do céu, está conosco na caminhada.

Dia Lindooooo..............................

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Seu olhar fala !



Por Abmae Vitor


Na fé oriental xintoísta há uma convicção que as pessoas depois que morrem podem se transformar em kami (deus) refletido na natureza como: árvore, pedra, animais e assim por diante. No pensamento cristão não há essa possibilidade, acreditamos que após a morte haverá a ressurreição e o julgamento final pelo Deus do universo.

Mas ás vezes me pego em alguns pensamentos xintoístas, quando vejo o pé de cacau na casa de minha mãe. Acho que meu pai está nele.
A história desse pé de cacau começou quando das viagens do velho á Bahia, que trouxe duas mudas desta planta. Plantou as duas e só uma vingou e, ele cuidava com todo carinho esperando que nascessem belos frutos. O engraçado, é que plantou á sobra de um grande pinheiro na frente do jardim de sua casa (um metro quadrado). De princípio, a sombra do pinheiro de mais de 20 metros de altura deixou o pobre pé de cacau “mirradinho” e anos se passaram e não houve crescimento para o velho ver os frutos.

O que me chamava atenção eram os olhos do velho quando contemplava a planta e o desejo de um dia parar embaixo do pé de cacau e contemplar a maravilha de sua copa. Infelizmente a morte chegou antes e carregou meu pai. O pinheiro, após dois anos teve que ser cortado, e por incrível que pareça, o cacau começou a crescer e apareceram as primeiras flores, e os “birros” do cacau vieram, e logo carregou por completo a árvore com seus frutos, então nós vimos meu pai.

Hoje em sua terceira safra naquele jardim de um metro quadrado, o cacau está vistoso e, ao olhá-lo pela janela da sala, pela cortina entre aberta, sinto uma estranha alegria e contentamento, misturada com saudades de meu velho e o pé de cacau com seus frutos como a me dizer – “...eu incorporei seu Miguel”.

Sim, eu acredito que meu pai está no cacau, não me perguntem por que, mas eu sinto a presença do velho ali, vejo seus olhos, seu sorriso disfarçado pela timidez, sua alegria ébria extasiante abraçada à copa e aos frutos do cacau, cada instante que chego á casa de minha mãe e olho o cacau, lembro de meu pai e me alegro em saber que sua alegria de alguma forma está nos abraçando através dos olhos fixos daquele cacaueiro.

Ás vezes, sinto vontade de conversar com o pé de cacau e perguntar a ele se estamos dando-lhe a devida atenção e carinho que talvez não fizemos antes.

Dia lindo..............................

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Paradoxal !




(por Abmael Vitor)

De vez em quando algumas notícias chamam atenção da gente. Nesta semana assisti a um programa onde dois homens declarados homossexuais, “pastores”, fundadores de uma igreja denominada “igreja contemporânea” estão processando um cantor evangélico da Igreja Assembléia de Deus por danos morais, por conta de uma música de acordo com os mesmo, homofóbica e que o cantor estaria estampando fotos dos dois quando da “cerimônia” do casamento de ambos no clip veiculado pelo youtube. O cantor argumenta que não foi de sua autoria a colocação do clip no youtube e que também está querendo saber e solicitou ao vivo que o suposto responsável retire tal clip imediatamente posto que o transtorno está incomodando o mesmo.

A música traz um refrão que fala que se Deus aprovasse o casamento de pessoas do mesmo sexo, não criaria Adão e Eva e sim Adão e Ivo, muito engraçado por sinal. Mas o assunto que me faz refletir é como os evangélicos perdem tempo em criticar a escolha sexual de algumas pessoas e outros tentam “libertar” alguns deste “caminho” não ortodoxo, denominado gay.

Penso que não devamos perder tempo com este assunto e com estas pessoas que não aceitam mudar o caminho e que gostam da situação em que vivem. Os dois “pastores” até usam a Bíblia para justificar a união homossexual e o incrível, a igreja dos mesmos tem 600 membros, uma igreja acolhedora, alegre, tudo que um gay quer. Há uma inversão de valores na doutrina e pensamento desta dupla, justificam o amor incondicional de Deus como fator de aceitação do pecado, esquecendo-se que o Evangelho é instrumento transformador de caráter e de comportamento, se aponha na idéia de que nasceram homossexuais e que humanamente não há como abandonar o desejo pelo mesmo sexo, então, em virtude disso Deus entende e aceita a situação do jeito que estão, vivendo de forma liberada, embora respeitando alguns padrões, como o casamento e a fidelidade ao companheiro. Mas, adoram a Deus na igreja, convictos de que Ele aceita os louvores e lêem a Bíblia, interpretando é claro o texto de forma simplista e sem contexto, quando o contexto é veementemente contra a prática homossexual, simplesmente muda a exegese “contemporaneamente” ao gosto do freguês e indagados sobre a posição bíblica, colocam-se na defensiva, declarando-se perseguidos e marginalizados. Não vou aqui perder meu tempo escrevendo versículos de contestação ao pensamento dos líderes desta igreja, porém vejo que o pecado do homossexualismo não é diferente da avareza de alguns pastores heterossexuais, da corrupção de alguns líderes da bancada evangélica, da mentira sórdida de cura e libertação em nome de “jesuis”.

O que fazer então? Deixar de pregar o arrependimento a estas pessoas? Acusá-las de que vão para o inferno? – Não! O próprio Deus no livro de Romanos inclui não só os homossexuais aos perigos do pecado, mas a todos:
1 : 21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
1 : 22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
1 : 23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
1 : 24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
1 : 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
1 : 26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
1 : 27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
1 : 28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
1 : 29 Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
1 : 30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
1 : 31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
1 : 32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Observamos que o texto mais específico está no versículo 25 do capítulo 1 - 1 : 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

Eis a razão: serviram mais a criatura – os desejos – do que o Criador – Assim, não podemos perder tempo com este assunto e apenas deixar cada um com sua sentença e buscar a quem quer mudar de vida, corrigir-se, amar verdadeiramente a Deus e buscar a cada dia um arrependimento sincero em louvor a Deus, não só os homossexuais, mas também os heterossexuais, principalmente estes últimos que na sua grande maioria comete estes deslizes de forma velada e de forma escusa.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Cor da Vida....

Por Abmael Vitor
Meu cabelo ficou vermelho. A cor forte e encarnada denuncia a insatisfação e melancolia dos anos desbotados de um passado não muito distante. Ao aproximar-me da metade de século, a osmose dos anos parece definir um conteúdo disforme e oco, como se ainda faltasse inserções substanciais de vida. O vermelho demonstra “STOP”, “PARE” e, o estanque dessa hora revela um filme mal vivido e faltoso de verdades. Como o viciado em droga sinto-me que ainda falta a dose derradeira, como o alcoólatra sinto a falta da dose de equilíbrio para dominar o “delirium tremens” como o sedento do deserto falta alcançar o oásis para saciar a sede de vida. Esse sentimento do falta algo me acompanha há anos e ao aproximar o tempo final indefinido existe a angústia de saber o quanto de tempo perdi e o quanto do mesmo que ainda não sei que falta.

A esperança de receber algo novo, diferente, vantajoso, extremamente valioso sempre me acompanha como na história de um caçador de tesouro perdido, daquele que depois de séculos, encontra um mapa e sai em expedição com o intuito de encontrar o tesouro e desenterrá-lo. Na estrada a cabeça ficou vermelha, parei. Uma estranha sensação de inércia me fez refletir e não sei por qual caminho seguir, cheguei no “ipslon”, o “xis” no alvo imaginado ficou fora de mira, com a mão sobre a cabeça olha pelo vértice da bifurcação e desejo não decidir avançar, bate a vontade de deixar os versos da música do Zeca Pagodinho me tomar como um espírito espúrio de uma entidade alienígena “deixa a vida me levar, vida leva eu”.

Meu vermelho é como o Boi Garantido da música de Fá-Fá de Belém, gordo e pesado, avermelhou minhas idéias. Sinto que apenas o verde da decisão de seguir em frente sem mesmo conhecer o desfecho da caminhada poderá trazer-me a luz. Aliás, a mistura do vermelho com o amarelo é capaz de alaranjar o caminho, mesmo que a decisão não seja a melhor, surge a esperança de um laranja “lima” que pode transformar a caminhada mais doce.

Por fim e na complexa vida de cada um, mesmo no vermelho da vida posso olhar para o alto e contemplar o Azul do céu, doce esperança daqueles que acreditam em um tempo melhor. Sempre discordei da idéia de que o verde representa Esperança, hoje mais do que nunca tenho certeza que é o Azul.

Dia Lindoooooooooooooooo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sonhos

Por : Abmael Vitor




Tem dias que ao acordar sentimos uma enorme impaciência por não termos sonhado. Esforçamo-nos ao máximo para lembrar-nos de alguma cena por pequena que seja e, nada! Desistimos e levantamos para a vida do dia a dia do trabalho.

Ás vezes sonhamos muito, e na manhã seguinte ao levantar, pedimos ao cérebro para não parar de narrar os acontecimentos do sonho, as pessoas (personagens) do sonho ficam em nossa memória como pulgões nos botões da roseira, sugando a seiva que a planta ejacula. É como se o prazer de reviver as cenas fosse maior do que qualquer novidade do dia.

Tem sonhos que a melhor cena é aquela onde os acontecimentos sempre são positivos e mesclados de impossibilidades "possíveis", como transformar pedra em ouro em fração de segundos, como voar sem asas, singrar os mares quase que em sua superfície como fazem as gaivotas, amar uma mulher e sentir um orgasmo indescritível.

Tem sonhos que não queremos acordar, e que na manhã seguinte tomamos o café com silêncio no olhar, ainda recordando cada cena em câmera lenta, ás vezes rebobinando a fita várias vezes. Nesta hora, abrimos o dia de maneira ampla com o humor para enfrentar qualquer tormenta que venha a ocorrer. Parece que o perfume está no ar.

Tem sonhos que nos fazem enxergar nosso eu, e ver que ele é belo e que vale a pena viver intensamente e que olhando para ele, notamos que as possibilidades existem na essência da noite, quando só nós, no inconsciente pleno do sono profundo somos capazes de descobrir a mágica da vida.

Tem sonhos que é perfumado, ao acordar sentimo-nos cheirosos, com fragrância imperceptível a qualquer outra pessoa, mas para nós, contagiante, exalando durante todo o dia e nos momentos subseqüentes quando voltamos à fita da memória.

Esta noite não sonhei, acordei e não me lembro de nada. Fico com inveja de quem sonhou e, imagino que perdi a oportunidade de sentir o dia melhor, menos ácido. Então imagino que a realidade do dia de hoje não é boa, é sem graça, descolorida, cinza, sem mágica, contudo, todavia, entretanto, a esperança é estar vivo e amanhã ter o que contar sobre o sonho que com certeza terei esta noite. A vida é sonho!


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Saber Viver




Por Ricardo Gondim


Envelheço. Aos poucos vou me tornando antigo. Os cabelos alvejam, a pele afina, o olhar acalma. Sou noviço, mas quero ser o melhor aprendiz de uma nova fase de vida; fase em que as despedidas são numerosas e os encontros espaçam. Quando as saudades ganham força e as nostalgias, frequência. Aprendo a encarar limites. Não me atrevo a algumas peripécias: subir em prancha de skate, brigar no trânsito, viajar pedindo carona, tomar banho de praia sem bloqueador solar, querer ser político.


Aprendo a ter calma. Conto os anos e percebo que na grande crise ambiental de 2060, não estarei por aqui. Mas não me afobo. Domei os ímpetos, reavaliei as empreitadas juvenis, agora vou sem pressa. Obrigo o relógio da alma a caminhar com lentidão. Destrincho os compromissos, sacudo as agendas e sacralizo o ócio. Presenteio-me com a irresponsabilidade. Consciente, procrastino.


Aprendo a ser sensível. No passado, engolia o choro, disfarçava a tristeza, fugia da melancolia. Fiz as pazes com as lágrimas. Falo sozinho. Aconselho-me com os botões. Esmurro o volante do automóvel, fecho as janelas e xingo. Soluço prantos sem lágrimas. Aprecio a liberdade de vertebrar angústias. Ajoelho-me aos pés da cama e silencio o sofrimento.


Aprendo a calar. Não retruco. Desprezo o direito de ter razão. Atrai-me brincar com argumentos. Só penso em poetizar lógicas. Desejo realçar a beleza. Apaixonado pela delicadeza do violino, apiedo-me de quem imagina conhecer toda a verdade. Música suave, na penumbra de uma sexta-feira chuvosa, me encanta – mais que palestra sobre como alcançar sucesso.


Aprendo a sorver o pólen da vida; a mergulhar em cavernas rochosas onde me escondia de mim mesmo; a acordar vagaroso para não espantar os sonhos que povoaram o sono, e me presentearam com viagens por mundos impossíveis.
Envelheço e não acho tão ruim; por enquanto, pelo menos.


Soli Deo Gloria

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Anjo



Por: Abmael Vitor


Ando meio angustiado com não sei o que, o amargor d’alma é coisa que não definimos, procuramos motivos e vários surgem. Porém, nenhum deles cabe dentro do absinto d’alma.

Surge um refluxo das entranhas que por vezes chega á garganta, mas volta pelo mesmo canal ao esôfago do espírito, queimando e ardendo, permanecendo a sensação de angústia por dias, meses e às vezes anos.

Por vezes pressentimos a morte, como anjo negro (e não sei por que negro) feio e asqueroso, trás a sensação da impotência diante de algo eminentemente próximo. Tão próximo que podemos sentir seu hálito com cheiro de profundeza embolorada.

Ás vezes penso que a morte anda me rondando. Fico observando sintomas de minha pele, meus cabelos, meus olhos, meus intestinos, vejo então que ela me ronda desde que sai da madre de minha mãe, ela (morte) já nasceu comigo, é minha companheira de todos os dias, por mais que não queira ela está aqui.

A descoberta da presença deste anjo asqueroso e repugnante faz-me refletir sobre o tempo. Tempo, este velho amigo, que se tivesse tempo de me ensinar a usar o tempo, de tal forma que me sobrasse tempo para observar o tempo que ainda me resta, faria com que a sobra de tempo fosse aproveitado de forma sábia e talvez o tempo não me pregasse a peça de eu ir antes do tempo.

Parece que a reflexão sobre o tempo me angustia mais, e me leva a pensamentos metafísicos. Alma, espírito, vida, morte são palavras que nos acompanha desde sempre e, de certa forma faz com que a resposta do porque não tenha explicação.

Então o sintoma é depressão? Não cabe tal sentimento, tristeza talvez? Ainda é muito cedo, mais parece ferrugem a carcomer meus ossos demonstrando que a linha da vida se encostou com a da morte de forma cruzada, como abscissas em um plano cartesiano qualquer, a bitola que existia foi se desgastando com os anos, ficando apenas um diâmetro usinado de espessura tão fina que qualquer movimento em falso puft, se quebra. Será que me encontro infeliz com a vida? Não. Será que quero muito mais que a felicidade? O grande filósofo contemporâneo diria que: “felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes” (Odair José. rsss)

Ontem tive a notícia que o Pr. Allison Ambrósio faleceu na terça feira aos 47 anos de aneurisma cerebral. Poeta, músico, pastor e pensador, tão moço e já deixou este mundo, a reflexão acima me faz pensar sobre a visita inesperada que todos nós teremos da morte independente da idade, resta-nos o consolo de uma eternidade desconhecida e nada mais. Mas será que queremos ainda mais? Preparemo-nos para o encontro com o anjo negro, branco ou sei lá a cor quando esta hora chegar, sem esquecer que ela jaz á porta!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sou um ateu feliz!


Por: Abmael Vitor

Chego ao final de 2009 com a convicção de que não creio em mais nada, espiritualmente falando tornei-me estéreo, não quero criar nenhuma idéia de deus ou de Jesus (é minúsculo mesmo!), olho para a igreja e veja uma associação parasitária e decadente, sem novos assuntos, apenas o recalque de observações sobre postura “evangélica/cristã” e seu crescimento crescente.

A cada dia aparece informações de ministérios A e B com formas de ação C e D, com pastores de nível E e F com especialização em seminários G e H, programas de televisão onde ao final de uma mensagem fraca e irritante, com tom de voz agressivo e cheio de trejeitos oferece o livro tal o CD com as 7 mensagens “poderosas”, etc. Fico com náuseas só de “zapear” pela TV e olhar para a cara destes indivíduos, insinuando o ano deste ou daquele “profeta”, desafio para isso e para aquilo, reunião assim e assada, congresso de fogo para o Brasil, etc.

Este ano de 2009 me calei alguns meses. Não tinha vontade de escrever nada, minha verve criativa foi bloqueada pela decepção de um dia ter sido apresentado a um Evangelho puro, simples e íntegro que tanto norteou os primitivos e agora emporcalhado por esta escória de “homens de deus”, manipuladores, avarentos, presunçosos e amantes de si próprios, a bíblia que li não me apetece mais, fui levado a crer em algo que não “era bem assim”, estava mais tendenciosa à denominação do que a realidade cristã.

Então decidi não crer mais em deus, me tornei um ateu confesso. Creio no que vejo e no que toco, tenho minha mente como a mais fantástica fábrica criativa, leio o que quero, vou aonde quero, sou livre para pensar por mim mesmo, acredito na relação humana como extensão divina, erro com a convicção de que também faz parte de minha natureza. As flores têm melhor aparência quando não me preocupo com sua família científica, a chuva cai de cima para baixo ou às vezes perpendicularmente de acordo com o vento, ela molha meu rosto e sinto o doce frio de sua água, não quero saber se é de verão ou inverno, apenas contemplo e sei que é chuva.

Assim é minha fé. Sem dogmas, doutrinas ou liturgias, sem vínculo a nenhuma religião ou grupo, sou um forasteiro em busca de nada, não tenho objetivo religioso, não quero ser líder de nada, criar nada, fazer nada, apenas contemplar. Elejo livros e textos de pessoas que falam e escrevem sobre a vida poeticamente. Uso das experiências de cada uma delas para aprimorar meu crescimento como pessoa. Acredito agora, que viver de forma humana é o legado de Jesus de Nazaré.

Todos que vieram e escreveram sobre Deus e suas formas e de como devemos nos comportar diante da divindade estão mortos, ao final de tudo sobrou à morte (Santo Agostinho, Irineu, C. S. Lewis, Tomás de Aquino e outros). Fica então a indagação: E ai? Como agir? Como fazer? – Minha resposta é: Não faça Nada! Contemple em seu coração o Deus verdadeiro e seu filho Jesus e apliquemos seus ensinamentos em nossa vida, não levando tão a sério os estigmas teológicos de “ismos”, formalidades outras que não passam da lápide sem epitáfio.

Você deve está achando que eu escrevi um texto incoerente, tornei-me ateu agora fiquei crente! Fique tranqüilo que daqui a 100 anos ninguém se lembrará disso. Por ora basta saber que sou ateu neste contexto “religioso” e que me sinto feliz por crer em Jesus.

Dia lindooooooooooooo.....

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Encarnação

Rasgar o mar com a adaga flamejante de um general; arrepender-se; fazer de uma mulher matéria-prima para um bloco salino – tais são operações impossíveis a um Ser eterno.
A mulher corre, olha para trás e é acorrentada ao solo, toda dura e toda branca como eram seus dentes. A operação, se ao final paralisa, tem um final e tem uma gênese – é uma operação realizada na delirante sucessão a que chamamos tempo. Do mesmo modo, o arrependimento implica a negação de um momento em outro e a mão que feriu o mar foi a mesma que fechou a ferida em um segundo momento.
A eternidade, conforme concebida pelos homens, não é em nenhuma de suas variações a mera agregação de passado, presente e futuro – é, na sentença de Borges, “algo mais simples e mais mágico: é a simultaneidade desses tempos.” Na eternidade a sucessão não existe.
Deus, enquanto Ser eterno, vê-se impedido de vestir a capa do general; sofre da terrível limitação que lhe impõe a eternidade. Criou os homens a sua imagem e semelhança e despediu-os para longe de suas mãos. Seu pesadelo é, sendo onipotente, nada poder fazer no fluxo do rio que ele próprio pariu.
Aquele Deus que queima cidades e empunha armas é filho da ânsia dos homens.
O tema do auto-esvaziamento divino sugere uma fascinante inversão: Deus faz-se à imagem e semelhança dos homens; despe-se da onipotência para poder lançar-se no fluxo alucinante da história; troca o poder absoluto pela lágrima frágil. Tudo o que temos do Deus esvaziado é a lágrima rastejando em um rosto solitário, é o sangue cobrindo um braço impotente.
Pedir o estancamento do sangue, do nosso sangue, é não compreender o sentido profundo da encarnação. Quando a divindade decide despojar-se da imobilidade e sentir no peito a correnteza inapelável dos anos, o amor é sua força motriz (Jo 3:16), e o espaço e o tempo os elementos que compõem o cenário de sua atuação (Jo 17:18).
O sentido profundo da encarnação está em que o Deus encarnado não pode mais que o samaritano, mas pode mais – muito mais – do que o Deus eterno.

Texto de Alysson Amorim

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Auto-Conhecimento: O Conhecimento mais importante.










Por Ab Mahel Haschan



Assistindo a palestra do Sr. Robert Wong, eu capturei uma dica muito importante, entre inúmeras, para aumentar a nossa autoconfiança. Robert falou sobre autoconhecimento. O raciocínio é simples: para confiarmos em alguém, precisamos conhecê-la, então, se precisamos ter mais autoconfiança, precisamos nos auto-conhecer. No seu livro, Robert afirma: “Conhecimento anda passo-a-passo com confiança. Por isso, autoconhecimento gera autoconfiança, que é a característica mais importante para o sucesso”. Aliás, Galileu Galilei já dizia: “Não é possível ensinar nada a um homem; você apenas pode ajudá-lo a descobrir esse conhecimento nele próprio“.



Cada um de nós possui filtros para processar as informações que recebemos diariamente, filtros esses que são construídos ao longo da sua vida e moldam a maneira como você vê o mundo. Afinal de contas, não enxergamos o mundo como ele é, mas sim como nós somos.


As pessoas criam, de forma inconsciente, certas regras para disciplinar suas mentes e filtrar as informações. Comparamos e medimos as informações que recebemos com base na nossa própria experiência, usando nossos valores e nossos modelos mentais. O conjunto de valores, idéias preconcebidas e condicionamentos que temos é que induz nossos julgamentos em quase todas as áreas. Antes de ouvir alguém, as pessoas ouvem a si mesmas em primeiro lugar, utilizando sua visão de mundo, seus preconceitos e estereótipos desenvolvidos ao longo de sua vida.



Por essa razão é que a declaração da missão da empresa é um dos itens mais importantes do planejamento estratégico, pois ela define o que a empresa é, e, a partir desse conhecimento, é possível definir o foco de atuação da sua empresa e quais os benefícios que elas pretendem oferecer para a sociedade.

A empresa para evoluir, em busca do atingimento da sua missão, precisa passar por um processo de autoconhecimento muito forte e doloroso, porque ninguém gosta de apontar seus próprios erros e pontos fracos. Porém, esquece-se que uma das competências mais requeridas nessa era do conhecimento é aprender com os próprios erros, deixando de ignorá-los. Afinal de contas, o primeiro passo para corrigir um problema é reconhecer que ele existe.


Conhecer a si mesmo ajuda você a efetuar as mudanças na maneira pela qual você experimenta as circunstâncias externas, de modo que elas possam ter um melhor ajuste com sua ambição pessoal. As pessoas que possuem autoconhecimento avançado reconhecem como seus sentimentos afetam a si, os outros, e os seus desempenhos. São proativas, inovadoras e orientadas a objetivos, falam abertamente e assumem riscos calculados.

Portanto, para aumentar nossa autoconfiança é preciso aumentar nosso autoconhecimento e isso envolve reconhecer e entender nossos pontos fortes e fracos, necessidades, valores pessoais, ambições, temperamentos, emoções e impulsos. Dessa forma, o auto-conhecimento levará você ao caminho da SABEDORIA.


Para encerrar, cito o filósofo Chinês, Lao Tsé:


“Inteligente é quem outros conhece; / Sapiente é quem se conhece a si mesmo; / Forte é quem outros vence ; / PODEROSO é quem domina a si mesmo”.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tem que dar certo ?



Eu já cantei “vai dar tudo certo, em nome de Jesus”. Em minhas palestras e sermões, antecipei grandes reviravoltas na vida de meus ouvintes. Mas, com o passar do tempo, percebi que apesar de toda a minha boa vontade, tais guinadas não aconteciam com a frequência que eu desejava. Nem tudo dava certo! Alguns amigos agonizaram, carcomidos de câncer. Outros foram à bancarrota. Não vou nem mencionar os casamentos que celebrei e que terminaram em divórcio. Confesso minha infantilidade: repeti jargões ufanistas, sem critério. Pior, capitalizei em cima de ilusões. Percebo que não estou só. Políticos, conferencistas motivacionais, assim como líderes religiosos, adoram repetir frases de efeito - que, na verdade, só servem para fortalecê-los. Infelizmente, as consequências são desastrosas. Mulheres azedaram na vida porque alguém prometeu que Deus (ou Santo Antônio) traria um marido “no tempo certo”. Empresários se desesperaram porque alguém assegurou que “o Senhor não permite que seus filhos fracassem nos negócios”. Pais e mães perderam a fé porque jamais cogitaram que um câncer “seria permitido” em uma família piedosa e obediente.
É comum ver pessoas acorrentadas a promessas que “um dia vão chegar” - mas que não chegam nunca; ver pessoas atribuindo aos “paradoxos” e aos “mistérios insondáveis da eternidade”, os contratempos que a vida impõe. Nada como o dia a dia para arrasar com os discursos triunfalistas. Crianças agonizam com diarréia nas favelas; faltam ambulâncias nas periferias para salvar os infartados; professores de escola pública recebem uma ninharia no perpétuo ciclo ignorância-desemprego-miséria. Quem ganha? As revistas de fofoca com seus conselhos de auto-ajuda, os televangelistas e as religiões pequeno burguesas. Nos arroubos de vitória, as relações utilitárias com a Divindade prosseguem intocadas e os cantores gospel faturam bem.
Reconheçamos: a vida de muitos simplesmente não vai dar certo. A estrutura econômica assimétrica não permite que multidões subam a escadaria da inclusão social. Os oligarcas não vão abrir mão de seus benefícios (veja a miséria do Maranhão, feudo de uma família poderosa). Muitos não vão entrar na terra prometida; homens adoecerão sem conseguir recuperar suas empresas; mulheres não vão sair do lugarejo que lhes asfixia; rapazes, que sonhavam em jogar futebol na Europa, terão que se contentar com o saláro de balconista.
Não se deve desprezar a realidade em nome da esperança. Não se deve negligenciar as amarras sociais em nome das promessas de Deus. Não se deve perpetuar fantasias em nome do otimismo. Sou pastor, pregador e conferencista, mas não tenho o direito de me descolar da existência concreta que as pessoas enfrentam todos os dias.
Por isso, assumo um compromisso com a verdade. Obrigo-me não à verdade metafísica, absoluta, da religião ou da filosofia. Estou abraçado à verdade que o cotidiano impõe. Acredito que só promoverei a liberdade se ensinar o meu próximo a olhar a realidade sem enganos. – “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!”.

(texto extraído do site WWW.ricardogondim.com.br)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De Ab para Ab




Eu senti a perda. Indaguei o “por que ?”, a blindagem do céu pareceu-me mais espessa do que antes, o silêncio Dele me maltratou....., vi e senti a dor de cada próximo, na corrida para cuidar e zelar daquele que jazia no leito de dor.

Encarei o rosto da dor dos meus queridos, a angústia da incapacidade por nada fazer, mesmo fazendo acima do máximo. Resisti à lágrima amarga, tinha a esperança de que tudo passaria e a alegria voltasse.

No retrato da situação, a cada narrativa via o quadro se agravar, no peito palpitava um coração amarrado sem vontade, dei de ombros no perguntar “por que” e agora, sem questionar, me detinha no “para que!”. Um corpo estirado, surrado, queimado, olhos contemplativos e o pedido de socorro a Ele, e Nada!

Dele, eu esperava mais, bem mais do que já li, já ouvi, já senti. Mas Ele se calou. Calou-Se como no Getsêmani, viu seu Filho sangrando e pedindo, suplicando, e Ele calou-Se como o fundo do mar se cala para a superfície.

Enfim, a morte. Apenas um chamado se ouviu, vem e vê, desta vez tão claro como um trovão em uma tempestade, tão claro como um dia de sol na praia de areia branca, tão absurdamente revelado como um som de gol no Morumbi lotado.

Depois de tudo, o louvor e os cânticos de gratidão a Ele. É paradoxal. “O mesmo deu, o mesmo tirou”, ouvi isto como um estampido de um tiro, tão profundo que azedei o coração, me calei e protestei. Não pode ser! Indaguei revoltado.

Mas, no emaranhado do desconhecido vi Sua Graça. Não entendo, não alcanço, nada sei. Apenas olho e sem entender nada, meu coração de alguma forma é suavizado por uma força indescritível refletindo seu cuidado e dizendo sem palavras: - “Eu sei.............. - Cedo ou tarde, estarão juntos. Essa dor vai passar, reflitam ainda sobre a existência do ser, absorvam suas idiossincrasias, e brilhem a minha luz, salguem a outros com o doce sal de minha esperança e o vermelho vivo de meu sangue derramado na cruz, pois ele é a garantia desta reunião futura”.

Então, dentro deste cenário, agarrei o nome de meu sobrinho Abner que faleceu nesta semana e com resignação elevei minha oração a Ele, ao Deus de todas as consolações e no grito silencioso disse: - Senhor, Tu és o nosso Deus e Rei e, para sempre seja louvado e engrandecido seu santo nome!
Abner significa - (Hebraico) Abhner, pai da luz, da sabedoria – Ele se uniu a luz de Cristo para contemplar bem de pertinho a sabedoria do nosso Pai do Céu.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Hora de Perseverança


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os is em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.


Pablo Neruda

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Im-percepção



Por Abmael Vitor
Ainda o sol amarela, o ar quente sopra em meus cabelos raspados, a brisa e o cheiro de mar misturado com os grãos de areia fina tocam meus olhos, e por um momento irritam o cristalino, fazendo-me de forma automática levar as mãos sobre os mesmos e coçar uma coceira deliciosa, daquelas que dá vontade de dormir, onde os cílios invejosos insistem em adentrar como o chorão ao sabor do vento.

Ainda o mar ruge, um bramido de leão, daquele que anuncia que a digestão está sendo feita e, que o sono embora chegando, o mantém alerta e o som torna-se como um ronronar de gatinho siamês, enroscando sobre as pernas trôpegas e cambaleantes de um bêbado equilibrista, até que caia num destemido e profundo sono embalado por esta sinfonia natural.

Ainda o vento chora, e ao chorar desvenda todos os pingos da chuva de verão que trás em sua essência, doce fragrância de almíscar selvagem das mais grossas e sadias algas do mar, assemelha-se ao rabo de sereia e suas escamas que de tão brilhantes parecem o quartzo, criado no Big Bang, orquestrado por uma força cósmica sem teorias de nascimento, sem definições de existência, restando apenas sentir sua presença.

Ainda abro os olhos, depois de coçá-los, vejo tão nítido como a lágrima que rola em meu rosto, que apesar de não achar “ser”, percebo-me “sendo” a criação mais bela e perfeita nesta convergência de ciclos e elementos naturais e, pergunto-me: por quê? Não sei – eis a reposta mais simples, sem rodeios, sem sofismas, simplesmente não sei, e por não saber, eis a resposta: O sal de minha lágrima, embora não vendo, sinto, embora pouco, é percebida, embora role, secará, embora molhada, lubrifica.

Que Deus é esse que surge no som do mar e acaba na lágrima? Não sei.
Que Deus é esse que apesar da dúvida, invade a compreensão? Não sei.
Que Deus é esse que na incompreensão move a idéia de Ser? Não sei.
Que Deus é esse, que apesar de não saber, está?
É o mesmo que bradou: EU SOU O QUE SOU!!!!!

Meu Deus, obrigado pela não idéia que não tenho de Ti, e que na vastidão de minha incompreensão, sejas Manifestado em meus olhos como um grão de areia provocando lágrimas de risos pela sensação gostosa de sua suavidade, levando-me aos teus oceanos de prazeres e delícias e, que o vento fresco de teu Espírito invada minha cabeça como cabelos de algas marinhas, até sentir e ver o brilhante quartzo de sua glória.

Almas Perfumadas

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma redeque dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doceda cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu
e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco , juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe como tem a alma perfumada! e que esse perfume é dom de Deus.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ELA - "SHE"



Ela, talvez o rosto que não consigo esquecer
Uma lembrança de prazer e arrependimento
Talvez meu tesouro ou o preço
Que tenho que pagar

Ela, talvez a canção que o verão cante
Talvez o frio que o outono traz
Talvez uma centena de coisas diferentes
Dentro da medida do dia

Ela, talvez a bela ou a fera
Talvez a fome ou o banquete
Que pode transformar cada dia num paraíso
Ou num inferno
Ela, talvez o espelho de meu sonho
Um sorriso refletido em um lago
Ela pode ser o que ela pode parecer
Dentro de sua concha

Ela que sempre parece tão feliz na multidão
Cujo olhos podem ser tão particulares e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los
Quando choram

Ela, talvez o amor que não tem esperanças de durar
Pode chegar até a mim por lembranças do passado
Que eu me lembrarei
Até o dia de minha morte

Ela, talvez minha razão de viver
O porque de eu estar vivo
A pessoa que cuidarei nos tempos e nas horas mais difíceis
Eu, levarei o seu sorriso e suas lágrimas

E farei de todas elas minhas recordações
Pois para onde ela for eu estarei lá
E o significado de minha vida é ela
Ela, ela...


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Governo Mundial

Editorial do Financial Times admite agenda para criação de um governo mundial ditatorial

Reportagem de grande impacto afirma que o termo “governo global” é um eufemismo para a criação um governo ditatorial ante democrático.
Paul Joseph WatsonPrison Planet.comTuesday, December 9, 2008

O financial times”, um dos jornais de maior respeito e lidos em todo planeta escreveu um artigo especial hoje (9/12/2008), defendendo abertamente a agenda para a criação de um governo mundial baseado em princípios ante democráticos, dizendo que o termo “governo global” é meramente um eufemismo a favor do movimento do governo global centralizado.
Por muitos anos, nos fomos chamados de loucos paranóicos por ficarmos em estado de alerta em relação a um plano da elite para a centralização do poder global que visava a destruição da soberania dos EUA.. Em todas as partes do mundo, nos anos 90, pessoas que defendiam essa tese foram taxadas injustamente de lunáticas extremistas por grande parte da população e pela mídia.

Até o momento, a agenda está fora do nosso alcance, os dissimuladores não tem mais munição para nos debochar.

Um artigo editorial de grande expressão escrito pelo chefe de assuntos externos do Financial Times intitulou “E agora, rumo ao governo mundial”, ressaltou o plano que visa a criação do governo mundial, e como isso esta sendo feito através de eufemismos e de uma linguagem manipuladora, fazendo com que grande parte das pessoas não tomem conhecimento do plano.

“Pela primeira vez em minha vida, penso que a formação desse tipo de governo é plausível”, escreveu Rachman, citando a crise financeira, o aquecimento global e a guerra contra o terrorismo como os três maiores pretextos pelo qual isso está sendo introduzido.

Rachman escreve que o “governo global” poderia ser introduzido bem antes que muitos esperam e que o presidente eleito Barack Obama já expressou seu desejo de atingir essa meta, fazendo referência aos conselheiros de Obama, que inclui Strobe Talbott, que uma vez declarou,” No próximo século, nações, como temos conhecimento se tornarão obsoletas; todos os estados reconhecerão uma simples e global autoridade. Soberania nacional não era uma grande idéia afinal de contas”.

Rachman, portanto admite que quanto mais abstrato o termo “governo global”, na qual é muito usado por grandes defensores da globalização como David Rockfeller, sugerindo que a criação do governo global não está entre as prioridades da verdadeira agenda é meramente um truque de uma linguagem suavizada usada para impedir que as pessoas saibam da verdade.

” Mas alguns pensadores europeus acreditam que eles reconhecem o que está acontecendo”, diz Rachman. ” Jaques Attali, conselheiro do Presidente da França Nicolas Sarkozy afirma que: ” Governancia global é apenas um eufemismo para o governo global. ” Pelo conhecimento dele, tal forma de governo não viria tão rapidamente. Mr Attali acredita que a parte mais importante da crise é que temos um mercado financeiro global e não possuímos uma lei de regra global”.
Rachman ressalta como seriam os primeiros passos do governo mundial, incluindo a criação de um acordo obrigatório de mudança climática negociado com apoio das Nações Unidas e a criação de um exército com 50000 pessoas em missão de paz.

“ O governo mundial envolveria muito mais que uma cooperação entre as nações”, escreve Rachman. “Seria uma entidade com estado como características, conduzida por um corpo de leis. A União européia já possui um governo continental com 27 países, uma suprema corte, uma moeda, milhares de leis, um amplo serviço civil e a capacidade de usar as forças militares de forma eficaz, e que nos poderia servir como um modelo.”

” Portanto nos parece que tudo se encaixa no seu devido lugar. Pela primeira vez, desde quando homo sapiens começaram a fazer pinturas nas paredes das cavernas, existe uma discussão, uma oportunidade e meios para avançarmos seriamente para o governo mundial”, conclui Rachman, que antes achava que esse caminho seria lento e doloroso.
Rachman admite que tal governo somente seria efetivo se fosse ante democrático, mencionando a contínua rejeição da expansão da EU quando os temas são postos a votação.” Em geral, a união tem progredido rápido quando são aceitos por políticos e tecnocratas e então os projetos são aprovados sem referência direta dos que votam” escreve Rachman.

Portanto, chegamos a uma etapa importante_ Um dos principais jornais do mundo, cujo conteúdo editorial é conduzido por influentes economistas como Martin Wolf, proclamando abertamente que não somente o governo mundial está na agenda, mas que este governo seria atingido através de medidas ditatoriais pelo fato da maioria da população mundial estar morta para isso.

Continuaremos nós sendo chamados de teóricos conspiratórios paranóicos por advertir que um sistema de ditadura mundial está sendo armado, mesmo quando um dos mas influentes jornais do mundo admite o fato? Ou as pessoas irão finalmente acordar e aceitar que existe uma agenda global para destruir a soberania dos países e qualquer forma de democracia e liberdade por si mesma em busca de um poder totalitário, egoísta, centralizado, sem representação e um governo mundial ditador.

fonte: Prison Planet
*Rachman se diz horrorizado com a reação ao editorial acima comentado : “O Governo Mundial”
~ por arautodofuturo em Dezembro 23, 2008 Terça-feira.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Acelarador de partículas (LHC)

Por Abmael Vitor
Nesta semana fiquei extasiado com a notícia dos testes com a maior máquina científica que o homem já construiu para tentar entender como se deu o início do universo. O Big Bang, a teoria da formação do universo através de uma grande explosão que liberou bilhões e bilhões de partículas culminando com a formação dos planetas, dentre eles a terra e nossa própria existência, este é o grande enigma. A Máquina está a 120 km abaixo da superfície terrestre entre dois países, um túnel circular, quase 9.000 cientistas se reuniram nesta quarta-feira (10/09/08) na fronteira entre a Suíça e a França para realizar, com sucesso, o primeiro teste com o LHC (Grande Colisor de Hádrons), a máquina mais poderosa do mundo que tentará reproduzir o Big Bang.
“A princípio, o objetivo era conseguir que os prótons circulassem de maneira estável pelo acelerador a uma velocidade muito menor da que terão de enfrentar nos próximos meses, quando a máquina funcionará a "pleno vapor" e houver a tentativa da colisão frontal de partículas”.
O teste realizado consistiu inicialmente em atirar um feixe de prótons em um gigantesco túnel circular de pouco mais de 27 quilômetros de comprimento. “Colocados no acelerador, os prótons deram uma volta completa no enorme túnel”.
O êxito do primeiro teste foi muito comemorado pelas dezenas de cientistas presentes na sala de controle do organismo, que aguardavam com expectativa o resultado. Após o lançamento do primeiro feixe, um segundo feixe de milhões de prótons foi lançado no superacelerador de partículas e conseguiu completar uma volta em sentido anti-horário. No entanto, este segundo feixe levou quase o dobro do tempo que o lançamento de prótons anterior --este em sentido horário.
É sem dúvida, maravilhoso que uma teoria imaginada por um ser humano, pudesse tomar corpo a ponto de construir uma máquina destas, por outro lado, a simplicidade como a Bíblia nos apresenta a criação do mundo é tão mais completa que nem mesmo um túnel poderia somar alguma outra teoria maior. A única partícula que temos que ter, é a fé. Aquela mesma fé que Jesus disse, que se fosse do tamanho de um grão de mostarda poderia mover uma montanha de um lugar pra outro. Sem desmerecer todo o empenho de homens que devotaram suas vidas nestes longos anos para entenderem um pouco dessa constituição deste planeta, fica a felicidade de ver como o Criador colocou no coração deste próprio homem o desejo de conhecer o desconhecido, é este desconhecido que nos faz desejar conhecer esse Deus Onipotente, Onipresente e Onisciente, se pudesse parabenizar alguém, seria o Senhor que outorgou a estes cientistas maravilhosos, o dom da dúvida e da busca incessante de descobrir, descobrir, descobrir.............................
Estudamos Jesus por mais de 2000 anos e mesmo assim, a cada dia descobrimos mais de sua essência, mais de suas virtudes, mais de seu caráter, fico imaginando como Ele será realmente em toda sua essência, em todo seu caráter, em toda sua virtude lá no céu, infelizmente não podemos criar máquinas para isso, porque a única máquina que pode sentir ou apreender um milionésimo desse amor chama-se coração e já foi entregue a nós, humildes mortais. Mesmo assim ainda imperfeito para entender completamente o que esse nome significa. – Obrigado Senhor pela simplicidade do grão de mostarda de nossa fé, não faz diferença se a montanha pode ou não sair de um lado e ir para outro, basta-nos saber que pode, através de Seu poder.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Cochilei !!! ???




De volta ao mesmo caminho!!! Notei que quando criança, ao brincar no meio do mato, de tanto rodear no mesmo espaço, criávamos caminhos, nossas pegadas demarcavam pequenas estradas que nos conduzia a várias brincadeiras que não me lembro mais quais eram. Achávamos que estávamos em uma verdadeira floresta.

Hoje, com olhar mais maduro e ponderado, verifico que ainda mantemos a mesma dinâmica, de pisar em certos assuntos e rodeá-los sem nem mesmo sair do lugar. Acordei nesta manhã, depois de dormir apenas quatro horas esta noite e verifiquei que gastei dezessete horas do dia de ontem entre o trabalho, a faculdade e o trânsito, maldito trânsito que nos leva a exaustão, pela primeira vez em minha vida cochilei no metrô, assustei quando escutei – “ESTAÇÃO TUCURUVI!”

Nada mais nada menos que 71% de meu dia gasto com atividades ritualísticas. Ao olhar no espelho, vejo que as rugas despontam e os cabelos branqueiam, estou ficando velho! Ainda bem que ao levantar me sinto um menino, daqueles que quer trilhar novos caminhos criar outros tipos de trilhos. Trilhos que me levam a outras “paradas”, desafios, utopias neste “quintal” parecido a uma floresta dentro de um apartamento. Essa inocência de achar que o “mato” é imenso, não passa de um cochilo que ao despertar, traz a realidade de se chegar à ESTAÇÃO e ouvir que não é bem assim. O tempo, esse incrível companheiro se escasseia e a cada dia usufruímos menos de sua dádiva, hoje apenas 28% uso para dormir.

Qual a moral que tiro desta reflexão? Bem, acho que lembrei do conjunto MP4 cantando a música do Chico Buarque “Roda Viva”, o refrão parafraseia melhor essa minha reflexão.

Tem dias que a gente se sente,
Como quem partiu ou morreu,
A gente estancou de repente,
Ou foi o mundo então que cresceu.
A gente quer ter voz ativa,
No nosso destino mandar,
Mas eis que chega a roda viva,
E carrega o destino pra lá."

Roda mundo, roda-gigante,
Roda moinho, roda pião,
O tempo rodou num instante,
Nas voltas do meu coração.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

É Bom voltar!!!



Relaxei demais e parei de escrever, mas depois de ter lido este texto do Rubem, a "verve" do escritor voltou a me encomodar. Mas antes quero compartilhar esta reflexão.

Sobre Deus
Rubem Alves

Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meireles, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar... Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O QUE FAZER QUANDO NÃO SABEMOS O QUE FAZER?



2º Crônicas 20.
Quem já passou por algum momento na vida diária que traduz a seguinte situação?
- Preciso tomar uma decisão urgente, com respeito a: minha família, meus negócios, meus relacionamentos, minhas amizades, meus filhos, meus pais, meus estudos, enfim, sobre a minha vida, e não sei bem, ou nada, o que fazer???
Creio que todos nós já passamos por algo semelhante e que trágico é esse momento. O que fazer, que decisão tomar, falamos ou nos aquietamos, oramos ou agimos, esperamos ou avançamos; qual é a saída?
A Bíblia sagrada no Antigo Testamento, 2 Crônicas 20, descreve um momento na vida do povo de Deus, em Judá, sob o comando do rei Josafá, quando os inimigos se levantam tentando destruir e mesmo sendo rei de um grande exército teve medo e faltou-lhe capacidade para tomar decisões que preservassem tanto a sua vida quanto a do povo, que nos fornece lições para esses tempos de aflição:
1 – vs 3 e 4 - Josafá teve medo e “PASSOU A BUSCAR AO SENHOR”; e isso juntamente com toda a nação. O nosso primeiro impulso é resolvermos tudo da forma mais rápida e menos traumática, é claro, com nossas próprias forças, mas o texto nos ensina algo diferente. É necessário pararmos e reconhecendo confessarmos dizendo: “Porque em nós não há força. Estamos diante de Ti, Senhor e não sabemos o que fazer”.Infelizmente muitos perecem mais rápido quando estão com medo porque não querem demonstrar suas fraquezas e incertezas. Mas não é esse o exemplo que vemos em Davi quando estava com medo – “Busquei o Senhor e Ele me acolheu, livrou-me de todos os meus temores”. Ele buscou ao Senhor e é exatamente isso que devemos também fazer.
2 – vs 5 e 6 - Josafá era rei sobre todo o Judá e portanto tinha tudo diante de si mesmo mas precisava primeiro aprender e aceitar, “RECONHECER A SOBERANIA DE DEUS“, e isso diante de toda a nação dizendo: “ O Senhor tem o poder, e não há nação alguma que possa resistir-lhe”.
Será que temos reconhecido que Deus está de fato controlando tudo nos nossos dias. A pouco tempo presenciamos vários conflitos e catástrofes (tsunami, terremotos, guerras), por último mesmo os ataques entre Israel e Líbano; será que Deus está mesmo no controle de tudo?Precisamos crer e ao aceitarmos a soberania de Deus sobre as coisas (Salmo 24) é mister que a aceitemos também em nossa vida pessoal.
3 - A terceira lição se encontra nos vs 7 a 12 quando Josafá “RECORDA O PASSADO” lembrando da fidelidade de Deus: “Eu quero que o Senhor se lembre do que aconteceu quando o Senhor mesmo tirou o povo do Egito com mão poderosa, e o trouxe a esta terra prometida”. Era um álbum de recordações que estava sendo aberto naquele momento (Josué 4.1-7) 12 pedras que serão por memorial aos filhos de Israel; memorial da bondade, da misericórdia, da fidelidade e do amor do grande Deus de Israel.
O que você precisa fazer nesse momento e não sabe o que fazer com relação ao seu emprego ou talvez seus estudos ou ainda quem sabe o seu ministério??? Desafio-o a abrir seu álbum de recordações e:
“... conta as bênçãos, contas quantas são. Recebidas da divina mão! Vêm dizei-las todas de uma vez. E as de ver surpreso quanto Deus já fez”.
Quantos ursos e leões Deus já derrotou por nós e agora vamos ficar tímidos diante de um golias vencido??? Lembre-se: “Se Deus é por nós, quem será contra nós???” Romanos 8.31-39.4 – Em meio toda aquela aflição que Josafá e todo o povo estavam vivenciando era necessário “PERCEBER A VOZ DO ESPÍRITO” vs 14 a 17 dizendo: Não temais!!! Calma, aquieta o seu coração, ou como poderá ouvir e discernir a voz do Espírito de Deus? Afinal o caminho por onde deverá passar, você nunca trilhou antes. (Josué 4).
4 - Na hora da dificuldade precisamos parar, precisamos ouvir e buscando a Deus em orações e através de Sua Palavra sermos orientados sobre a decisão a ser tomada. Deus pode também falar através de pessoas que tiveram experiências similares e estão amadurecidas com respeito a esse caminho; Deus pode usar as próprias circunstâncias da vida pra nos falar e nos orientar. É preciso parar pra que possamos ouví-lo com nitidez e assim nos alimentarmos com a voz de Deus falando em nossas mentes e corações.
5 - vs 18 – Uma vez que Josafá ouviu a promessa do Espírito Santo, ele se prostou com todo o povo com o rosto em terra e adorou ao Senhor, ou seja, “RENDEU-SE A SUA VONTADE”. O verso 20 descreve esse ato quando ele diz: “Crede no Senhor vosso Deus, estareis seguros; crede nos profetas, e prosperareis”. Na hora em que soubermos o que fazer devemos dizer: “Senhor, estou diante de uma batalha que não posso ganhar, na qual não posso pelejar. Eu sou incapaz, por isso vou me render a sua vontade, não importa o que aconteça”.
Nunca se esqueça. “A nossa parte é sempre obedecer e os resultados pertencem a Deus”.Esse prostrar-se simboliza a submissão ao poder, autoridade e soberania ao Deus vivo. Agora já pode sorrir e “CANTAR LOUVORES”, sabendo que o seu vale de morte já foi transformado em “Vale da Benção” vs 26.
Aleluia!!!A Ele seja toda a glória!!!
Dia lindooooooooooooooooooooooo!!!

Descobri mais "Gabirobas"......



Por Abmael Vitor

Nesta semana, tive uma recaída de saudosismo, me vi no passado, aos doze anos de idade, de calção e camiseta, conga nos pés “estilingue” nas mãos e pedras no “embornal”, caçando rolinhas. Trilhei os caminhos apertados por entre os arbustos e, os buracos de preá, com a fantasia de encher a “capanga” de rolinhas, pelo menos meia dúzia.

Em minha “abdução”, senti o cheiro do mato ainda molhado pelo sereno da madrugada, agora aquecida pelo sol da seis da manhã, ao mesmo tempo em que caminhava na ponta dos pés, coçava as pernas arranhadas pelos espinhos dos arbustos de morangos silvestres, os quais mastigava sentindo as bolinhas estourarem entre meus dentes, a passarinhada estava ciscando na clareira bem sevada e preparada para o tiro certeiro, mas a maior felicidade consistia em armar a arapuca e depois apanhar pelo menos duas rolinhas de uma vez, conhecia cada pé de gabiroba, sabia de cor se estariam maduras ou não, escondia a trilha que levava a cada pé. Ainda na meninice despontava o sentimento de exclusividade e do egoísmo de saber onde estavam.

Em minha imersão deste dia, senti o sabor adocicado e concentrado da fruta, pude sentir o mel escorrer pelo canto da boca na pressa de comer mais que uma de uma vez só, não revelava a ninguém a existência daquele pé de “néctar dos deuses”, a configuração das verdes davam pistas do prazo do amadurecimento, eu sabia! Sabia perfeitamente quando estariam no ponto, assim era com todos os outros pés de gabiroba.

A lembrança me fez não apenas retroceder no tempo, mas pensando o quanto fui feliz aos doze anos, os mistérios e desafios dos projetos de apenas caçar passarinhos não são diferentes dos desafios de hoje. Quem nesta vida não sonha, não se encabula, sente gosto, escolhe as formas?

Claro que cada momento tem suas nuances, aos doze não há a exigência do “dar certo”. Esta cobrança não surge, a pressão consiste apenas na brincadeira, no objetivo simples de ser feliz algumas horas, alguns padrões não precisam ser seguidos apenas o instinto é o que importa, por isso, sentimos saudades desta época, quando não tínhamos nenhum medo de prosseguir, comer frutas sem lavar, arriscar a chance de descobrir novos pés de gabiroba, memorizar o caminho tortuoso e saber que já passamos algum dia por ele, abraçar a vida sem medo de perde-la, “egoisticamente” não revelar os segredos, esconder os tesouros inocentes, valorizar o que não tem valor monetário, e ser igual, sempre igual a qualquer menino.

Essa inocência, que saudosamente me faz refletir trouxe de volta a meu coração, a necessidade de reaplica-la em minha vida adulta. Contemplei os caminhos atuais, o desafio da vida à frente os arranhões que possivelmente virão, e a memorização das fontes de prazer que deixei de usufruir nestes últimos anos, voltei a usar bermudas mesmo com as pernas finas e brancas, assumi meu lado jovial frente aos problemas, sem com isso perder a seriedade madura dos mesmos, aproveitei para “espreitar” os tesouros que podem ser meus e aprendi “egoisticamente” a gostar das pessoas como elas são, senti que posso saber onde estão as “gabirobas” da vida e não colhe-las ainda verde, mas maduras e aproveitar o mel escorrendo, e me lambuzar de sua doçura e dar graças a Deus pelo presente de ser ainda menino aprendiz, que adora se molhar pelo orvalho da madrugada, mas que é apaixonado pelo sol da manhã do Cristo que todos os dias anuncia novos desafios de conhecimento e de paixão pela vida.

Vida, tão bela vida que dorme dentro de mim, e que desperta quando acordo para a realidade de viver, e que ainda inexplorada me anima a buscar a compreensão do existir, você é boa e gostosa, traduz todo o sentimento da criação e seu sabor é melhor que a sensação do refrigério de água na sede.
Te encontro vida, na clareira de minha floresta, ainda virgem, mas louca para ser possuída e desbravada por um aprendiz do amor.

Dia lindoooooooooooooooooooooo!!!!.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Eu não vejo, mas creio..............



por Abmael Vitor

A dinâmica das incertezas invade minha mente e, ao contemplar as possibilidades de tudo dar certo, surge o medo, e percebo não brotar de nenhum lugar, a não ser de dentro de meu ser. Ao mesmo tempo em que o medo da possibilidade do erro toma corpo, a contemplação do “mistério” de Deus na possibilidade do êxito me conforta e me alegra, sinto que a infinitude do chamado a apostar nas possibilidades é maior do que o recuo pelas incertezas e neste jogo, não tem blefe.

A questão desta dualidade sintetiza-se na competência da fé. Ora, a fé é a firme confiança naquilo que se não vê, pois se fosse visto, não seria fé, seria fato concreto, onde ficaria a contribuição do mistério do Grande Autor do universo? Então ao contemplar o mar e sua força pujante, vejo minha insignificância de raciocínio, mas ao mesmo tempo também sinto que a conspiração deste universo é toda voltada de forma positiva para meu ser, o que mais poderia imaginar? Que sou pequeno e insignificante? Não.
Sou parte da essência desta mente poderosa chamada Deus, sou sua criação e filiação, faço parte de sua família, estou no centro de seu pensamento, incluiu-me no sentido de sua misericórdia, fez-me absolutamente incompleto para a complementaridade Nele.
Então, posso olhar o céu sobre o mar e não temer. Posso imaginar o encontro de ambos em minha visão pequena, e nesta reduzida visão, consigo com certeza afirmar que nesta junção de seres (mar e céu) eu também estou, não sei como, mas estou, faço parte desta “conspiração divina” e, assim fico mais feliz por não entender como acontece, só sei que não é apenas cósmico, mas espiritual, essa amalgama é moldada por mãos que não vejo, não sinto, não percebo com minha percepção humana, mas sei que está aqui, essa sensação não pode ser entendida, apenas emanada DEle.

Sim, meus planos não são teus planos Senhor, embora imagine que poderão ser, mas meus planos se submetem aos teus e se não estiverem corretos, Tu, somente Tu poderás defini-los, teu conselho é mais que planos, é definição, tem sabor, cor, movimento, sentido. Por isso nossa fé em ti é pequena, mas a tua fé em nós é sensível a misericórdia que teu Emanuel outorgou, é assim que nos achegamos ao Senhor, pequenos, sem razão, pedintes, medrosos, sem certezas, inertes, paralisados em nossa própria astúcia.

Mas nosso coração se enche de coragem quando ouvimos teus conselhos nos alertando que somos tua criação, feitos para crescer, fazer, efetivar, surpreender, tudo no ânimo desta fé embora imperfeita, mas na certeza de tua existência e de tua mão amiga nos conduzindo.

Ajuda-me Senhor a não apenas contemplar, mas transmitir tua doçura ao mundo e o teu amor a esta humanidade, embora caída, mas com os olhos no alto buscando teu socorro. Mesmo no fundo do mais escuro poço, ao olharmos para o alto, podemos contemplar as estrelas e sentir teu orvalho de bênçãos.

Dia lindoooooooooooooooooooo!!!!!!